Redação

Pela primeira vez desde 2009, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu vê o seu reinado ameaçado. Às 22h de Tel-Aviv, 15h de Brasília, a eleição parlamentar de 2019 se encerrou e as pesquisas de boca de urna acusaram um empate técnico entre o Likud, de Netanyahu, e a lista Azul e Branco, liderada pelo ex-chefe do Estado-Maior Geral das Forças de Defesa de Israel Benny Gantz. Gantz fez uma campanha baseada principalmente em atacar Netanyahu, que desde dezembro de 2016 é investigado por diferentes acusações de corrupção. Apesar de possuir uma fachada menos conservadora que o atual partido no poder, o bloco liderado por Gantz não deve adotar uma postura mais condizente com o direito internacional em relação ao conflito entre Israel e Palestina. Durante a campanha, foi afirmado que nenhum tipo de acordo pode ser alcançado sem que Israel imponha ainda mais controle em áreas já ocupadas. Já Netanyahu defendeu o seu legado apoiando-se nas recentes vitórias contra a Palestina conseguidas com a ajuda de Donald Trump: a mudança da embaixada norte-americana para Jerusalém, a redução da ajuda humanitária para os palestinos, o fechamento de gabinetes diplomáticos palestinos em Washington e, mais recentemente, o reconhecimento da soberania israelense nas Colinas de Golã, consideradas território sírio pelo direito internacional. Na semana passada, Jair Bolsonaro corroborou com a campanha de Netanyahu durante a sua visita a Israel. Mas o receio de afetar as exportações para países árabes fez com que o governo brasileiro desistisse de alterar a sua embaixada para Jerusalém, frustrando as expectativas dos anfitriões. Se o reinado de Bibi realmente acabar, o que será definido pelos resultados finais na próxima sexta, o atual presidente do Brasil pode ganhar uma nova pecha: a de pé frio.
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